25 Apr 2021  |   05:21am IST

HOLI, O FESTIVAL DE CORES

HOLI, O FESTIVAL DE CORES

Gopala Poi Vernencar

oli, também conhecido como o Festival de Cores é um dos festivais mais importantes da Índia. Celebra-se todos os anos com zelo e entusiasmo no mês de março-abril pelos Hindús. Adultos e crianças esperam por esta festa, para poderem brincar com o pó de cores variadas e saborear pratos deliciosos.

O ponto culminante do Holi é a celebração da igualdade e fraternidade. Família e amigos reúnem-se, esquecem-se dos problemas e entregam-se a este festival com alegria e despreocupação. As inimizades são esquecidas, como também a diferença das classes, castas ou do estatuo social. A igualdade paira no ar numa India tão diversa. É este o verdadeiro espírito do festival.

Como o próprio nome indica, o Festival de Cores necessita de cores para a sua celebração, essas são aplicadas nas caras e no corpo dos amigos e ainda dos desconhecidos que se juntam na celebração. Esse Festival é uma celebração anual e foi celebrado na Índia no dia 29 de março de 2021. Infelizmente neste ano, as comemorações foram um pouco diferentes devido ao surto do Corona vírus. Os baldes de água colorida que as crianças normalmente costumam preparar para esta ocasião ficaram vazios.

Holi é também celebração da chegada da primavera. Não tem data fixa, é conforme o aparecimento da lua cheia no mês de Falgun, o último mês do calendário lunar seguido pelos Hindús. Neste ano, o Holi foi comemorado com regras e restrições de distanciamento social em vigor. O festival dura dois dias. Um dia antes do evento principal, é realizada uma fogueira também conhecida como HolikaDahan que foi comemorada no dia 28 de março deste ano.

Existem duas versões muito famosas associadas à história do festival. A primeira diz respeito ao rei Demónio Hiraniakashiapu. Segundo a mitologia Hindú,o rei recebeu a dádiva de nunca poder ser morto por nenhum homem ou animal. Naturalmente sentiu-se invencível e quis que as pessoas o adorassem. No entanto, o seu próprio filho que era devoto de Deus Visnum recusou-se a adorar o seu pai. Enfurecido com o seu filho Prahlad, o rei Hiraniakashiapu pediu à sua irmã Holika que pegasse nele e sentassem os dois numa pira.  Enquanto estavam quase a serem consumidos pelo fogo, o filho foi salvo por Deus Visnum, mas a Holika morreu, e é por isso que o ódio também é conhecido como HolikaDahan.

Depois disso, Deus Visnum com a ajuda de Narcinva, que era metade homem e metade leão, matou o rei Demónio. É por isso que Holi também é conhecido como o dia em que o bem vence o mal e as pessoas. Começam do novo o ano.

Outra lenda associada ao festival, envolve Deus Crisna, que também é um ‘avatar’ (incarnação) de Deus Visnum. Deus Crisna, que é conhecido por ser muito travesso e brincalhão, estava preocupado com a sua teze pensava que a Radá nunca iria gostar dele por que ela ser extremamente clara. Quando foi reclamar disso com sua mãe Yaxoda, ela pediu-lhe para aplicar cor na Radá para ela ficar parecida com ele. A artimanha resultou e a Rada apaixonou-se por Crisna. Desde então as pessoas começaram a besuntar as pessoas de quem gostam com pó colorido.

Em suma, o Holi tem vários significados. A celebração enfatiza amor e fraternidade; traz harmonia e felicidade para o povo e para o país; simboliza o triunfo do bem sobre o mal. Este festival colorido que também anuncia a primavera, une as pessoas e elimina todos os tipos da negatividade da vida.

Embora o Holi seja celebrado quase do modo idêntico em todo o país, alguns estados têm certas peculiaridades na celebração. Em Goa, o Xigmó, outro nome para o Holi, é muito popular. É a comemoração de uma “rica colheita do precioso arroz” pelas comunidades tribais de Goa. Essas comunidades agrícolas, incluem os Kunbis, os Gaudes e os Velips. 

As celebrações do Xigmó duram mais de quinze dias nos meses de Falgun e Chaitra do calendário Hindú, que correspondem a março-abril de cada ano. O festival começa com uma invocação às divindades folclóricas locais feitas pelo elemento masculino da comunidade, na praça, no templo ou no palco da aldeia, ao som de instrumentos de percussão como o gumót, ximêl, dhôl, tashé, madlém e casalí. Esse ritual é chamado romtam-mel e os participantes vão de aldeia em aldeia para o apresentar, em trajes tradicionais coloridos, instalações mitológicas e rostos pintados. Danças folclóricas como Godémodni (dançado por guerreiros montados à cavalo), Gof (dança de fitas trançando ou dobrando) e Fugdi (dança onde só as mulheres participam) estão entre as mais executadas pelas comunidades. 

Embora o Departamento de Turismo do Governo de Goa tenha dado início a desfiles com carros alegóricos como acontece nas celebrações do carnaval em fevereiro, festejar em lugares urbanos o que essencialmente é uma festa rural, própria para ser celebrada nas aldeias, é na minha opinião, uma quebra da tradição. Os desfiles de carros alegóricos têm, ao longo dos anos, atraído turistas nacionais e internacionais. Talvez seja esse o motivo principal.

IDhar UDHAR

Iddhar Udhar